Por Volta dos 2 anos
de idade, a criança passa a ter controle sobre vários de seus músculos, então
passa a ter ações exploratórias de seu meio buscando autonomia. Porem, a
sociedade onde ela esta inserida possui regras e geralmente estas ações
exploratórias são podadas com NÃOS sonorizados pelas mães e pais. É neste processo que as crianças começam
a internalizar as regra, Erikson 1976, afirma que é ao ser incorporado estas
regras que a criança equaciona a manutenção e o controle muscular.
Sendo assim o desfralde
a partir dos 2 anos teria mais sentido devido a propriocepção maior de seus músculos
e a capacidade de internalização de regras.
Neste processo de
desfralde “surge”, a internalização do controle social e físico, implicando um
aprendizado de quais são suas obrigações, seus privilégios, suas
limitações...Surge também a capacidade e atitudes de julgamento, devido a
aprendizagem das regras.
Para ensinar as regras de ir ao banheiro, no geral, os pais deveriam
fazer uso de mecanismos ponderados de vergonha e encorajamento. Na aprendizagem do controle,
seja do autocontrole ou do controle social, temos o nascimento da força básica
da vontade, que, manifestada na livre escolha, é o precedente essencial para o
crescimento sadio da autonomia.(RABELLO E PASSOS 200X)
O mesmo autor cita
possiveis efeitos colaterais de uma dificuldade no desfralde:
·
Ao expor a
criança à vergonha constante, o adulto pode estimular o descaramento e a
dissimulação, como formas reativas de defesa, ou o sentimento permanente de
vergonha e dúvida de suas capacidades e potencialidades.
·
Se ao
invés da vontade o controle toma a forma de uma regra a ser cumprida a qualquer
preço, algo mau e perseguidor, a criança começa a se tornar legalista É quando
a punição vence a compaixão
·
Se a
criança se sentir envergonhada demais por não conseguir dar conta de determinada
coisa ou se os pais reprimem demais sua autonomia, ela vai entender que todo o
problema é dela, com isso, começará a ficar tensa na presença deles e de outros
adultos, e poderá achar que somente pode se expressar longe deles.
·
Se é
exigida demais, ela verá que não consegue dar conta e sua autoestima vai
baixar.
·
Se ela é
pouco exigida, ela tem a sensação de abandono e de dúvida de suas capacidades.
·
Se a
criança é amparada ou protegida demais, tornando-se frágil, insegura e envergonhada.
·
Se ela for
pouco amparada, ela se sentirá exigida além de suas capacidades.
Para que as regras de ir ao banheiro sejam internalizadas é preciso ser
consistente. Reforce todos os dias, e não mude as regras no fim de semana!Vemos
que a escola tem sido uma auxiliadora durante a semana neste processo e que os
pais tem confundido as regras durante os fins de semana retardando a
internalização das regras não só físicas (autocontrole) mas também sociais.
Observe os sinais que a criança
dá, mostrando que esta percebendo o seu próprio corpo. Evite líquidos aos
dormir, e de madrugada pelo menos até que a criança entenda bem o pocesso de ir
ao banheiro. Acorde de madrugada para levar a criança ao banheiro se for
preciso. Como pais é importante reconhecer se nossa criança precisa de mais ou
menos autonomia para chegar ao resultado, se precisa de mais ou menos esforço
positivo.... e assim por diante para que este processo se torne algo assimilado
de forma rápida evitando os efeitos colaterais citados.
Vemos, portanto que os pais tem que dar à criança a sensação de
autonomia e, ao mesmo tempo, estar sempre por perto, prontos a auxilia-la nos
momentos em que a tarefa estiver além de suas capacidades. (RABELLO E PASSOS
200X)
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Texto e Compilação feitos integralmente pelos artigo de Rabello e Passos 200x - especificamente sobre a fase de : Autonomia x Vergonha e Dúvida.
Disponível em:http://www.josesilveira.com/artigos/erikson.pdf
Quem foi o estudioso e psicanalista infantil Erik Erikson, leia aqui
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